7{MÚSICA

  1. O QUE É A MÚSICA?
  2. Segundo diversos autores, música é a combinação de sons e silêncios de uma maneira organizada.
  3. Vamos explicar com um exemplo: Um ruído de rádio emite sons, mas não de uma forma organizada, por isso não é classificado como música. Essa definição parece simples e completa, mas definir música não é algo tão óbvio assim. Podemos classificar um alarme de carro como música? Ele emite sons e silêncios de uma maneira organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não chamaria esse som de música.
  4. De uma maneira mais didática e abrangente, a música é composta por melodia, harmonia e ritmo. 
  5. Melodia é a voz principal do som, é aquilo que pode ser cantado.
  6. Harmonia é uma sobreposição de notas que servem de base para a melodia. Por exemplo, uma pessoa tocando violão e cantando está fazendo harmonia com os acordes no violão e melodia com a voz. Cada acorde é uma sobreposição de várias notas, como veremos adiante em outros tópicos. Por isso que os acordes fazem parte da harmonia. Obs: Vale a pena destacar que a melodia não necessariamente é composta por uma única voz; é possível também que ela tenha 2 ou mais vozes, apesar de ser menos frequente essa situação.
  7. Para diferenciar melodia de harmonia nesse caso, podemos fazer uma comparação com um navio no oceano. O navio representa a harmonia e as pessoas dentro do navio representam a melodia. Tanto o navio quanto as pessoas estão se mexendo, e as pessoas se mexem dentro do navio enquanto ele trafega pelo oceano. Repare que o navio serve de base, suporte, para as pessoas. Elas têm liberdade para se movimentar apenas dentro do navio. Se uma pessoa pular para fora do navio, será desastroso. Com melodia e harmonia, é a mesma coisa.
  8. Ritmo é a marcação do tempo de uma música. Assim como o relógio marca as horas, o ritmo nos diz como acompanhar a música. Cada um desses três assuntos precisa ser tratado à parte. Um conhecimento aprofundado permite uma manipulação ilimitada de todos os recursos que a música fornece, e é isso o que faz os “sons e silêncios” ficarem tão interessantes para nosso ouvido. Aqui no Descomplicando a Música você vai aprender como trabalhar tudo isso. Prepare-se!
  9. http://www.descomplicandoamusica.com.br/#!modulo1/c1t8m
  10. O QUE SÃO AS NOTAS MUSICAIS?
  11. Uma nota musical é o elemento mínimo de um som.

  12. Quando uma corda vibra, ela movimenta as moléculas de ar ao seu redor. Essa agitação das moléculas ocorre na mesma frequência de vibração da corda. O ouvido humano capta essa vibração do ar e a processa atribuindo um som ao cérebro.  Para cada frequência de vibração, o cérebro atribui um som diferente (uma nota diferente). 

  13. As notas musicais podem ser identificadas por letras para facilitar a escrita e aumentar a velocidade de leitura. A notação utilizada é universal, o que facilita a comunicação com músicos de outros países. Existem 7 letras para representar as notas musicais. A definição das letras e suas notas correspondentes é a seguinte:

  14. C –> dó
    D –> ré
    E –> mi
    F –> fá
    G –> sol
    A –> lá
    B –> si  (H no alemão)

  15. Existe também outra representação para as notas, que não depende de letras. É a famosa partitura.

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  17. Você já deve ter visto por aí algo parecido com isto: Pois bem, isso é uma representação por partitura. Como ela é bem mais detalhada e completa (envolve ritmos e tudo o mais), criamos um tópico específico para explicar e ensinar tudo o que você precisa saber sobre partitura.
  18. Caso esse seja seu primeiro contato com representações musicais, não se preocupe tanto com a partitura, procure antes decorar a representação por letras, que é bem mais simples. Gostaríamos de destacar que, futuramente, a partitura irá te ajudar muito, portanto não deixe de usufruir de tudo o que o site Descomplicando a Música tem para oferecer. Apenas seja criterioso consigo mesmo e avance com calma. Estamos aqui para facilitar o seu aprendizado, então siga o seu próprio ritmo e aproveite!
  19. http://www.descomplicandoamusica.com.br/#!modulo-1/cf4f
  20. O QUE É UM TIMBRE?
  21. Apesar de aprendermos no colégio que o som é uma onda, essa onda não é bonitinha (senoidal) como aparece nos livros:

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  23. Cada onda sonora apresenta um formato característico, que depende do material que produziu o som. Isso é o que define o timbre do som.

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  25. Timbre é o que diferencia dois sons de mesma frequência (mesma nota). Por exemplo, a nota Dó tocada no violão tem um som muito diferente da nota Dó tocada no teclado ou na flauta. Isso significa que esses instrumentos possuem timbres diferentes. 

  26. http://www.descomplicandoamusica.com.br/#!modulo-1/cwa5

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     O QUE É SUSTENIDO, BEMOL, TOM E SEMI-TON?

  28. O que é sustenido e bemol?

  29. Na música ocidental, há 12 notas: dó, dó#, ré, ré#, mi, fá, fá#, sol, sol#, lá, lá# e si.

  30. O símbolo “#” significa sustenido.

  31. Dessas 12 notas, 7 delas recebem um nome específico (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) e as demais são identificadas por um sustenido (#) ou bemol (b) dessas notas, também chamados de acidentes.

  32. Um sustenido, por definição, é a menor distância entre duas notas na música ocidental, assim como um bemol. A diferença de nomenclatura (bemol ou sustenido) serve apenas para indicar se estamos nos referindo a uma nota acima ou abaixo.

  33. Por exemplo: Ré bemol é o mesmo que Dó sustenido. Leia a próxima seção “o que são tons e semitons” para complementar esse conceito. Abaixo seguem algumas representações e suas equivalências, para facilitar o entendimento:

     

       Ré # # = Mi

       Mi b b = Ré

        Mi # = Fá

        Fá b = Mi

  34. Na prática, não se costuma usar a escrita (# #) ou (b b) por que é muito mais fácil dizer, por exemplo, Mi do que Ré ##.

  35. Não faz muito sentido usar essa segunda representação; mostramos aqui apenas para fins de entendimento.

  36. Da mesma forma, não se costuma utilizar a nomenclatura Mi#, nem Si#, por se tratarem das notas Fá e Dó, respectivamente. 

  37. Se você tiver curiosidade sobre a matemática que há entre as 12 notas da música ocidental e o que diferencia uma nota da outra na nossa percepção do cérebro, leia o artigo Matemática na Música.  

  38. MATEMÁTICA DA MUSICA
  39. Decidimos construir esse tópico para mostrar como a matemática está relacionada com a música. Talvez você não goste de matemática, mas não se preocupe, tentaremos explicar cada conceito de maneira simples, para que você perceba que nossa sensibilidade ao som está ligada à lógica de nosso cérebro.  Isso é muito interessante, então deixe seus preconceitos de lado. Todo conhecimento é legal quando bem ensinado.  Ok, nos primeiros tópicos aqui do sitenós comentamos que o som é uma onda e que a frequência do som é o que define a nota musical. Mas o que é uma frequência? É uma repetição com referência de tempo. Imagine uma roda de bicicleta girando. Se essa roda completa uma volta em 1 segundo, dizemos que a frequência dessa roda é “uma volta por segundo”, ou “um Hertz”. Hertz é apenas um nome dado para representar a unidade de frequência, e costuma ser abreviado para “Hz”. Se essa roda do nosso exemplo completasse 10 voltas em 1 segundo, sua frequência seria 10 Hertz (10 Hz). Legal, mas o que isso tem a ver com o som? Oras, o som é uma onda, e essa onda oscila com uma certa frequência. Se uma onda sonora completar uma oscilação em 1 segundo, sua frequência será 1 Hz. Se ela completar 10 oscilações em 1 segundo, sua frequência será de 10 Hz. Para cada frequência, temos um som diferente (uma nota diferente). A nota Lá, por exemplo, corresponde a uma frequência de 440 Hz. E onde entra a matemática nessa história? Observou-se que quando uma frequência é multiplicada por 2, a nota permanece a mesma. Por exemplo, a nota Lá (440 Hz) multiplicada por 2 = 880 Hz é também uma nota Lá, só que uma oitava acima. Se o objetivo fosse abaixar uma oitava, bastaria dividir por 2. Podemos concluir então que uma nota e sua respectiva oitava mantêm uma relação de ½. Muito bem, antes de continuarmos, vamos voltar ao passado, para a Grécia Antiga. Naquela época, existiu um homem chamado Pitágoras que fez descobertas muito importantes para a matemática (e para a música). Isso que acabamos de mostrar sobre oitavas ele descobriu “brincando” com uma corda esticada. Imagine uma corda esticada, presa nas suas extremidades. Quando tocamos essa corda, ela vibra (observe o desenho abaixo)  
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  41. Pitágoras decidiu dividir essa corda em duas partes e tocou cada extremidade novamente. O som produzido era exatamente o mesmo, só que mais agudo (pois era a mesma nota uma oitava acima), Pitágoras não parou por aí. Ele decidiu experimentar como ficaria o som se a corda fosse dividida em 3 partes. Ele reparou que um novo som surgiu, diferente do anterior. Dessa vez, não era a mesma nota uma oitava acima, mas uma nota diferente, que precisava receber outro nome. Esse som, apesar de ser diferente, combinava bem com o som anterior, criando uma harmonia agradável ao ouvido, pois essas divisões até aqui mostradas possuem relações matemáticas 1/2 e 2/3 (nosso cérebro gosta de relações lógicas bem definidas). Assim, ele continuou fazendo subdivisões e foi combinando os sons matematicamente criando escalas que, mais tarde, estimularam a criação de instrumentos musicais que pudessem reproduzir essas escalas. O intervalo do trítono, por exemplo, foi obtido a partir da relação 32/45, uma relação complexa e inexata, fator que leva nosso cérebro a considerar esse som instável e tenso. Com o passar do tempo, as notas foram recebendo os nomes que conhecemos hoje. Muitos povos e culturas criaram suas próprias escalas musicais. Um exemplo foi o povo chinês, que partiu da experiência de Pitágoras (utilizando cordas). Eles tocaram a nota Dó em uma corda esticada e depois dividiram essa corda em 3 partes, como acabamos de mostrar. O resultado dessa divisão foi a nota Sol. Ao observar que essas notas possuíam uma harmonia entre si, eles repetiram o procedimento a partir dessa nota Sol, dividindo novamente esse pedaço de corda em 3 partes, resultando na nota Ré. Essa nota matinha uma harmonia agradável com a nota Sol e também com a nota Dó. Esse procedimento foi então repetido a partir da nota Ré, dando origem à nota Lá. Depois, partindo de Lá, chegou-se à nota Mi. Quando eles repetiram esse procedimento de dividir em 3 partes a corda mais uma vez, dando origem à nota Si, houve um problema, pois a nota Si não soava muito bem quando tocada junto com a nota Dó (a primeira nota do experimento). De fato, essas notas eram muito próximas uma da outra, o que causava um certo desconforto sonoro. Por isso, os chineses terminaram suas divisões obtendo as notas Dó, Sol, Ré, Lá e Mi, deixando a nota Si de lado. Essas notas serviram de base para a música chinesa, formando uma escala de 5 notas (Pentatônica). Essa escala pentatônica, por ser agradável e consonante, representou muito bem a cultura oriental, que sempre foi pautada na harmonia e estabilidade. Desde sua criação até os dias de hoje, a escala pentatônica representa uma ótima opção para melodias, como já comentamos no tópico “escala pentatônica”.  Mas vamos voltar ao assunto de notas e frequências, afinal só mostramos até agora 5 notas da escala. A música ocidental, que trabalha com 12 notas, não descartou a nota Si como a cultura oriental havia feito. Os ocidentais observaram que as notas Dó e Si eram próximas uma da outra e decidiram criar uma escala mais abrangente. Nessa escala, todas as notas deveriam ter a mesma distância umas das outras. E essa distância deveria ser o intervalo que havia entre Dó e Si (um semitom). Ou seja, entre Dó e Ré, por exemplo, precisaria existir uma nota intermediária, pois a distância entre Dó e Ré (um tom) era maior que a distância entre Dó e Si (um semitom). Por meio da análise de frequências, descobriu-se que multiplicando a frequência da nota Si pelo número 1,0595 chegava-se na frequência da nota Dó, observe:
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    Frequência da nota Si: 246,9 Hz

    Frequência da nota Dó: 261,6 Hz

     Multiplicando a frequência da nota Si por 1,0595 teremos:

     246,9 x 1,0595 = 261,6 Hz (nota Dó)

    Como nosso objetivo é manter essa mesma relação (distância) para as demais notas, vamos utilizar esse procedimento para descobrir qual será a nota que virá depois de Dó. Multiplicando a frequência da nota Dó por 1,0595:

     61,6 x 1,0595 = 277,2 Hz (Nota Dó sustenido)

     Repetindo o procedimento para ver o que vem depois de Dó sustenido:

     277,2 x 1,0595 = 293,6 Hz (Nota Ré)

    Observe que seguindo essa lógica, podemos formar toda a escala cromática! Ou seja, depois de multiplicar a frequência da nota Dó pelo número “1,0595” doze vezes, voltaremos à nota Dó. Isso só é possível porque “1,0595” corresponde ao resultado da raiz . Observe que  multiplicada por ela mesma 12 vezes é ( = 2. E já vimos que uma nota multiplicada por 2 é ela mesma uma oitava acima. Agora sim podemos ver claramente que esses números não saíram do acaso. O objetivo desde o início foi dividir uma escala em 12 partes iguais, de maneira que a última nota voltasse a ser a primeira. Foi assim que surgiu a escala temperada, também chamada de cromática. Não entraremos em maiores detalhes, mas quem sabe um pouquinho de matemática reparou que nós trabalhamos aqui com o logaritmo de base 2. Por isso, os construtores dos pianos colocaram a forma do gráfico de um logaritmo no corpo do piano, para fazer uma referência a essa descoberta matemática musical. Observe:  

  43. Exemplo de gráfico logarítmico

  44. images (2)Corpo do piano:images (3)

  45. Existem muitas outras explicações matemáticas para diversas questões da música, mas para mostra-las aqui seria necessário abordar assuntos mais avançados em matemática, como séries de Fourier, função Zeta de Riemann, etc. Como poucos possuem essa base matemática, não iremos nos estender mais. Nosso objetivo foi mostrar como a música trabalha matematicamente e como as relações lógicas são compreendidas por nosso cérebro, gerando tranquilidade ou tensão. Obviamente, fizemos tudo aqui utilizando aproximações (números arredondados), pois uma análise mais apurada seria tediosa para a maioria dos leitores. Não é necessário decorar tudo o que ensinamos nesse tópico, apenas guarde que a música não surgiu do nada, ela é resultado de uma organização numérica. A interpretação de tudo isso quem faz é o nosso maravilhoso e misterioso cérebro. A conclusão final é que, se você é músico, então você é (de uma forma ou de outra) matemático, pois as sensações de prazer que você sente ao ouvir música escondem cálculos subliminares. Seu cérebro gosta de cálculos, ele é uma máquina de calcular! Quanto mais você praticar, estudar e conhecer música, mais essa faculdade vai se desenvolver. Provavelmente você vai começar a sentir prazer ao ouvir músicas que antes não lhe traziam grandes sentimentos. Podemos comparar isso com um aluno de física do 1º semestre. Se ele ler um livro de física moderna, vai parecer grego pra ele, não vai lhe trazer prazer algum. Mas alguns anos depois, quando que ele já tiver alcançado uma base matemática sólida e se deparar com esse mesmo livro, talvez ele passe a amar esse assunto e queira dedicar sua vida a isso. ( FIM DO ARTIGO SOBRE MÚSICA E MATEMÁTICA)

  46. Obs:  No piano, as teclas brancas contêm as notas com nome específico (C, D, E, F, G, A, B) e as teclas pretas contêm os acidentes (C#, D#, F#, G#, A#).

  47. O QUE SÃO SEMI TONS?

  48. Um tom é uma distância de dois sustenidos (ou de dois bemóis). Um semitom é uma distância de um sustenido (ou de um bemol).Por exemplo, a distância entre dó e ré é de um tom, pois entre dó e ré há uma distância de dois sustenidos (de dó para dó# e de dó# para ré). Simples, não?! Para ficar ainda mais claro, nada melhor do que uns exercícios: Qual a distância entre as notas sol e si? Vamos conferir quantos sustenidos (semitons) há entre sol e si: Logo, há 4 sustenidos de distância, totalizando 2 tons. Agora que você já sabe dizer a distância entre as notas, tente encontrar a distância entre ré e fá. Depois confira abaixo. Logo, a distância é de um tom e meio. Obs: um tom e meio = um tom + um semitom. Nos instrumentos: violão, guitarra, baixo, cavaquinho, ukulelê, entre outros, cada casa do braço do instrumento corresponde a um semitom. 

  49. http://www.descomplicandoamusica.com.br/#!modulo-1/c59f
  50. IDENTIFICANDO AS NOTAS NO VILÃO E NO TECLADO
  51. Nesse tópico, iremos mostrar como se localizam as 12 notas (C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#, B) em alguns instrumentos. Vamos começar pelo teclado/ piano. Nesse instrumento, as teclas pretas contêm as notas com acidentes (sustenidos) e as teclas brancas contêm as demais notas. Observe abaixo
  52. images (5)No violão/ guitarra, cada corda solta corresponde a uma determinada nota (E, B, G, D, A, E, respectivamente da mais aguda para a mais grave). As demais notas estão distribuídas conforme o desenho abaixo, onde os números representam as casas do braço:
  53. Notas do Braço do violão - guitarraObserve que no violão é um pouco difícil decorar onde ficam todas as notas, mas isso se tornará mais fácil à medida que você for estudando os assuntos aqui do site, pois existem muitos atalhos que ajudam na localização imediata (pensar nos graus, acordes, escalas, etc.). Com o tempo, certamente o braço desse instrumento estará completamente dominado por você, não se preocupe.
  54. fim do módulo um do curso de música.

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